segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Esse final de semana foi de lembranças e nostalgia... Talvez por ser o dia dos pais e eu estar fragilizada que cada coisa foi uma viagem ao passado distante e recente, à infância, coisas que vivi, que sonhei e sei lá... não realizei.
Lembrei de uma pergunta que me foi feita aos 7, 8 anos de idade, tão comum, feita sempre às crianças, "o que tu quer ser quando crescer?", minha resposta, em meio às bonecas, panelinhas e afins foi: "Quero ser mãe". Recebi, logo depois, uma longa explicação da minha mãe, dizendo que eu poderia ser 'mãe' e ter uma profissão, que uma coisa não impediria a outra e que ambas me realizariam de forma diferente.
O tempo passou, eu estudei, tive minha primeira profissão, meu primeiro casamento e sempre tive alguma coisa me separando do desejo da infância. Primeiro eu seria muito nova, depois era muito cedo, depois a faculdade, a compra da casa, uma nova faculdade, uma pós graduação... e veio a primeira separação!
O sonho adiado, até com alívio. A consciência sabia que com uma criança seria tudo mais difícil.
A vida continuou me pondo à prova p/ realização do sonho infantil. Veio a possibilidade de morar em PoA, aí... sem estrutura p/ uma criança. Morando sozinha, trabalhando o dia inteiro, ganhando pouco... Ah! Mas e daí?! Nem tinha 30 anos ainda... teria muito tempo!!!
Veio o segundo relacionamento, (quem sabe agora?). Não... ainda não. Muito cedo, estávamos apenas começando, indo morar no exterior, em país diferente, lingua diferente, sem conhecer ninguém... Tá... eu teria tempo. E veio a segunda separação.
De volta ao país, alguns meses no Rio de Janeiro, retorno à Porto Alegre. Tudo de novo. Alugar ap, arrumar emprego. Trabalhar, lutar e ser feliz! E o sonho? Qual sonho?! Ah... pode esperar!
E veio o terceiro casamento (eu insisto). A compra do apartamento, o 'ainda é cedo', a luta diária, a montagem de um bistrô, a espera que vingasse, e o momento de novo não chegou. E mais uma vez houve a separação. Mais uma vez, a reconstrução de tudo... do coração quebrado, da vida bagunçada... E a vida seguiu. Não com tanto tempo, como antes, mas ainda restava.
Veio um problema de saúde pondo em risco a realização do sonho. Mais uma vez superação, cura total! Feliz!!!! Mas... incompleta!
E então, a maturidade emocional chegou. E com ela a maturidade cronológica... complicado... o relógio biológico fazendo seu tic tac diário.
Um verdadeiro amor, uma história bonita, a mais bonita, a mais intensa... mas que tb chegou ao final. Ficou uma grande amizade com uma pessoa que quero sempre por perto!
Mas o vazio continua, o sonho não se realizou e talvez tenha esperado demais... deixado o tempo passar. Virei a profissional, que na infância, nem lembrei de responder.

Um comentário:

  1. Bonito este texto Di, serve de exemplo para muitas mulheres, que não sabem s expressar e muito menos o ue querem. PARABÈNS!!! ;)

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