quinta-feira, 27 de maio de 2010

Saudades

Seria bom se pudessemos voltar no tempo e fixar momentos, revivê-los.
Sentir os cheiros da infância, a despreocupação, a segurança e uma certa inocência mesmo que maliciosa. Ter aquela sensação de que as pessoas que amamos são imortais,que sempre estarão ao alcance da nossa voz, de um erguer de telefone.
Percebo hoje, que existem vários tipos de saudade. A saudade que sentimos das pessoas e que sabemos que basta uma visita, algumas horas dentro de um ônibus, de um trem, de um avião... que basta um abraço, um beijo e ficamos felizes para voltarmos para nossas vidas, já com saudades novamente, mas outro tipo dessa vez. Essa seria a saudade dos momentos passados, recentes e a vontade de ter de novo.
A saudade que tenho sentido ultimamente já é de um outro tipo. É uma saudade doída e incansável, que não dá trégua nem por um segundo. É saudade de coisas boas e de coisas que nunca imaginei que sentiria falta!
Saudades de tardes de chuva, ao pé de uma lareira, recostada nas pernas do meu pai, ouvindo histórias da infância dele... Saudades do gosto do arroz com bacalhau que ele fazia... Saudades do dia que me ensinou a jogar cartas, a amarrar o tênis, dos dias que me ajudou a apontar o lápis. Saudades das batidas na porta do banheiro, da voz dizendo p/ não demorar tanto no chuveiro. Saudades do olhar de repreensão, da distração com minhas conversas intermináveis, das mãos calejadas, do pigarro, do assovio, do volume alto da TV, do ranger do sapato e,mais tarde, do bater das bengalas no chão de madeira... Saudades do cheiro, do abraço, do beijo, da segurança, da voz.
Coisas que não tem como passar, que não tem como sanar, que precisa-se acostumar, conviver...
Pai, saudades ...

segunda-feira, 10 de maio de 2010

Desejos

Se você olhasse nos meus olhos, compreenderia que eu quero
um pouco mais que esta boba ilusão.
Quero um pouco mais que esse teu beijo molhado,
este teu andar apressado.
Quero um pouco mais dessa vida cheia de planos, feita de desenganos
a contrariar os sonhos meus.
Quero um pouco mais dessa vida que brinca comigo, me dá e me tira, jogando,
tomando o que pensava ser meu...



Tenho descoberto, dia a dia, o quanto é perigoso construir castelos de areia. Principalmente muito perto do mar... quanto menos se espera, a onda, mesmo que leve, desmancha tudinho.

domingo, 9 de maio de 2010

A Lenda

Li isso em algum lugar e achei tão real que memorizei. Quero compartilhar.

"Conta a lenda que uma vez uma serpente começou a perseguir um vagalume.
Este fugia rápido, com medo da feroz predadora. E a serpente não desistia!
Fugiu um dia, dois... e nada da serpente desistir.
No terceiro dia , já sem forças, o vagalume parou e disse à cobra:
_ Posso lhe fazer 3 perguntas?
_ Não costumo abrir esse precedente, mas já que vou devorá-lo mesmo, pergunte.
_ Pertenço à tua cadeia alimentar?
_ Não.
_ Te fiz algum mal?
_ Não.
_ Então porque quer acabar comigo?
_ Porque não suporto te ver brilhar"


Vejo isso todos os dias...

The End

Sem beijos
Sem datas, sem marcas, sem dados
Despido... tão nulo!!
Invento desculpas para te procurar.
Não lamento: há graça no dia a dia
Comédias da vida.
Embora barco sem rio, navego na calmaria.

Devaneando

Pode ser que a vida me ensine as coisas que o mundo esqueceu.
O que devo querer... o que posso ter...
Pode ser que tudo se abra e encontre a verdade, sem preconceitos que nos afastem das realizações.
Pode ser que a alma voe por ares mais limpos, sem a pressão.
Depressão que enlouquece!!!
Pode ser que tudo se faça mais livre, mais fácil, mais simples.
Pode ser que ainda se possa sonhar, viver e continuar viva.
Que as luzes nos ajudem a encontrar a saída do túnel.
Que na hora exata, a vida se torne melhor e intacta... mais minha.