segunda-feira, 7 de maio de 2012
Parceria
Já é de manhã, mas ninguém vai embora.
Te resgato do bar, discretamente para que ninguém perceba
e caminhamos, ziguezagueando pela calçada. Alheios à chuva
que só percebo quando entramos no teu carro e vejo teu cabelo molhado.
Fica tão engraçado assim!!!
Esqueço a chave para o lado de fora da porta de casa, mas só noto isso na manhã seguinte, quando você vai embora para, quem sabe, voltar.
Desculpe, mas o alcool rouba minha memória e nunca lembro de dizer o quanto gosto de ti, da tua conversa, da tua companhia... Melhor assim. Não tem motivo. Não quero conquistas.
Você me pergunta quando deixarei de acampar na minha própria casa e sempre reclama de não ver uma imagem sua entre as tantas na parede. Respondo que isso não interessa, não é da sua conta.
O que me interessa são teus olhos apertadinhos de sono, do alcool a essa hora da manhã... olhos pequenos que me aquecem.
Tenho a mania de te espiar pelo olho mágico, quando me deixa, batendo a porta. Só para te saber quando não somos.
Adoro o cheiro do teu perfume e o silêncio que ficam quando se vai.
... e te esqueço com a menor brisa ou com a água do chuveiro ou barulho do secador.
O gosto do meu primeiro café do dia é cortado com a lembrança de uma conversa tosca nossa. Longe dos afagos você me responde mal e eu sou fria. Sempre tem uma crítica
para o que escrevo e diz que me exponho demais. Respondo que a vida é minha e dou as costas.
É bom e sempre repetimos, mas, aceitemos: algumas parcerias se esgotam na noite.
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